Setembro foi um mês que trouxe leveza… pode ser o início da primavera, a luminosidade do Sol que já é diferente no céu ou simplesmente a nossa vontade de renovar. Nesse mês que chegou de mansinho, mas passou rápido e, num instante, já se foi, li, assisti e ouvi a conteúdos que me trouxeram justamente esse ar mais leve. Sei lá, eu não estava mesmo muito a fim de nada muito denso, queria esse frescor. Pois bem, trago abaixo as minhas indicações culturais. Vamos a elas!
Meu pescoço é um horror [Nora Ephron]
Ela ficou mais conhecida pelas comédias românticas hollywoodianas, como Harry e Sally, Sintonia de amor, Mensagem para você, Julie e Julia… aquele tipo de filme gostosinho de assistir feito bolo com café no meio da tarde, recheado de diálogos inteligentes e personagens cativantes. Mas a diretora e roteirista Nora Ephron era também escritora, e só agora fui conhecer sua verve cronista depois da ótima indicação da querida vizinha Carol Sandler aqui. Meu pescoço é um horror é uma reunião de textos bem pessoais, em que ela narra um pouco da própria vida ao falar de assuntos diversos por uma ótica feminina, desde bolsas, roupas e comidas a procedimentos estéticos, filhos e envelhecimento. É como um papo com amigas. Quem curtiu séries como Sex and the city, vai gostar, pois tem essa pegada… com a cidade de Nova York de fundo, os dilemas e questões de mulheres de classe média alta e o humor inteligente, tudo isso envolto em uma escrita simples e precisa.
O cavaleiro preso na armadura [Robert Fisher]
Este livro é uma espécie de fábula escrita em 1987 por Robert Fisher, que foi roteirista e dramaturgo da Broadway. Ouvia falar desse título, mas não tinha muita informação, e achei uma boa surpresa. Narra a saga de um cavaleiro corajoso e sempre pronto para uma batalha, que se vê preso na própria armadura, o que o distancia de sua família. Com a ajuda de um esquilo e uma pomba e as orientações do mago Merlin, ele percorre o estreito caminho da verdade para encontrar a si mesmo e se libertar da armadura em que ele mesmo se prendeu. Uma historinha curta, mas cheia de significados que trazem boas reflexões. Boa pedida para jovens também.
Harry e Sally - Feitos um para o outro
Esta é a minha comédia romântica favorita da vida. Já tinha visto mais de uma vez e quis reassistir agora, depois de ler Nora Ephron. É aquele tipo de filme conforto, pra ver esparramada no sofá, quando você não quer pensar em nada, tá a fim apenas de curtir algo que você já tem certeza de que vai gostar. E eu gosto muito de Harry e Sally por vários motivos… pelos personagens que são muito bons, pela história de um amor que vai sendo construído ao longo do tempo, pelos diálogos afiados, pelo fato de se passar na década de 80, quando não havia celular e tudo era muito baseado em conversa olho no olho e encontros presenciais. E, claro: pelos depoimentos reais dos casais na introdução e pela fala de Harry, já no final, ao citar diversos motivos bobos e corriqueiros para amar Sally. Se, por alguma estranha razão, você ainda não viu, corre lá no Amazon Prime. Se viu, vá rever.
Um golpe de sorte em Paris
Basta lançar um filme novo de Woody Allen que meu marido e eu vamos ao cinema. Não sabemos se esse vai ser o último dele e pode não ser o melhor, mas, para quem gosta de Woody, sempre vale o ingresso. Um golpe de sorte em Paris é como um conto em linguagem de cinema, o recorte de uma história de amor, ciúme e traição, que envolve o casal Jean e Fanny e o escritor Alain. Como sempre, adoro a trilha de jazz que percorre o filme, as paisagens, os diálogos, as referências artísticas, enfim, a atmosfera que o autor costuma criar em suas obras.
F* My Brain - O que eu vi e vivi em 102 anos
Que maravilhosa a história dessa senhora centenária. Maria Hélina Pedroso tem 102 anos e impressiona por sua vitalidade, sua lucidez e forma de ver a vida. Adorei o papo dela com as meninas do F* my brain, que acertaram muito ao trazê-la como convidada. Uma das coisas que mais me chamou a atenção em Hélina é a fé que ela demonstra a todo tempo e que não a faz duvidar da vida, de Deus e do poder que cada um tem de fazer o melhor que pode com o que tem. Uma entrevista que me fez pensar bastante, e acredito que muito dessa longevidade dela está nessa fé e nesse olhar mais espiritualizado para a vida. Vale a pena ouvir! Ah, e se você quiser ver, não só ouvir, a dona Hélina falando, você encontra o episódio disponível também no Youtube.
Obrigada a você que me acompanhou nesta Trilha de hoje. O que achou? E o que você também anda lendo, assistindo ou ouvindo por aí? Me conta, vou adorar saber!
Nos vemos na próxima Trilha!
Abraços culturais.
Luisa Sá Lasserre
Obrigado pelas dicas!