Por aqui o mês de junho foi intenso, com muitas coisas acontecendo. Um pouco menos da metade dele foi seguindo com a rotina de trabalho, escola dos meninos, depois correndo pra dar conta de diversas demandas, como entrega de matéria, preparação de viagem, de entrevista que eu daria e da minha participação em evento literário, entre outras coisas. Fui a São Paulo, gravei um podcast, falei de comunicação em um evento institucional, participei com meu livro de crônicas da Feira do Livro de São Paulo, reencontrei amigos, passeei com a família pela dura poesia concreta das esquinas de Sampa, comi bem, voltei pra casa com gostinho de quero mais. E aí, de volta à terrinha, ainda teve São João, continuidade das férias, mais trabalho, festividades, Salvador com um climinha maravilhoso de 24/26 graus (a nossa versão de frio). Terminei o mês com uma sensação boa de realização e que há muito mais por vir. Deixo você com as indicações do que andei lendo e assistindo nesse mês que passou. A última é imperdível, hem… afinal, tem dias que eu não só penso, mas digo! Vai lá conferir!
Fúria talvez [Dênisson Padilha Filho | P55, 2024]
Os contos são essas histórias que não precisam de muita explicação, descrição e detalhamentos. Você pode pegar o bonde andando no meio da ação, de um diálogo, de uma cena que se mostra sem antes nem depois. E o Dênisson, autor baiano com quem, por sinal, estarei junto na Flipelô em agosto, faz isso muito bem. Os contos se passam em lugares geralmente indefinidos, poderiam acontecer aqui, ali ou acolá. Os personagens, com suas tramas, dramas e fúrias, são, antes de tudo, humanos. Para quem quer conhecer a escrita de autores fora do eixo editorial central tem aqui uma boa opção.
Engravidei [Andrea Nunes | Caravana, 2025]
Memórias de uma grávida revisitadas dez anos depois. Este é um livro para entender a cabeça de uma mulher na primeira gestação, cheia de caraminholas, anseios e muitos receios. Para rir, se emocionar, relembrar. Andrea Nunes, autora vizinha da ótima Andrea me conta, transformou seu antigo blog Engravidei neste livro a partir de anotações que fez ao reler seus textos ao completar uma década de maternidade. Adorei a leitura leve e saborosa… só cuidado com o efeito colateral: sonhar com bebês e gravidez, como aconteceu comigo rsrs. Recém-saído do forno, aproveita!
De quanta terra precisa um homem? E outras histórias [Liev Tolstói | Principis, 2021]
Um clássico é sempre um clássico. E neste aqui, lançado originalmente em 1885, Tolstói nos presenteia com histórias que trazem virtudes e valores morais e espirituais em quatro contos. O primeiro deles, Do que vivem os homens, é o maior; o segundo é Três perguntas; o terceiro, A cafeteria de Surat; e o quarto é De quanta terra precisa um homem?, que dá título à coletânea. Com uma escrita bastante simples, mas que carrega profundidade em sua narrativa, o autor mostra o que realmente importa ao ser humano, evidenciado desde as epígrafes que abrem o livro: o amor ao próximo, através do qual se pode amar a Deus. Se quer um livro pra te fazer pensar e repensar a vida, este não tem erro.
Corina [Urzula Barba Hopfner, 2024]
Este é um filme mexicano muito legal que descobri há pouco tempo no Amazon Prime. Conta a história de uma jovem mulher que tem crises de ansiedade ao sair à rua. Ela mora na mesma casa a vida toda com a mãe, que sofre do mesmo trauma, e não vai além do próprio quarteirão: da casa à mercearia mais próxima, da mercearia ao trabalho e de volta pra casa. Corina é revisora de estilo em uma pequena editora, mas guarda o sonho de escrever. Após cometer um erro grave com o livro de uma autora de sucesso, ela terá de enfrentar os seus medos para reparar o que fez. E é assim que, ao sair do lugar estreito no qual se mantinha, ela consegue alargar a percepção da vida e assumir seus sonhos. Além da história em si, gostei da direção, da fotografia e de todo o conjunto da obra.
Cortes dos Livros Podcast | Luisa Sá Lasserre
Avisei que divulgaria aqui a minha participação no podcast Cortes dos Livros. Pois bem, aqui está. Fui entrevistada pelo Adilson Gimenes, que se mostrou bastante gentil, interessado e excelente companhia para uma conversa sobre livros e escrita. Neste episódio, falamos um pouco da minha trajetória profissional, do meu livro de crônicas Pensei, mas não disse e de como é possível escrever sem se deixar travar pelo desejo do texto pronto. Curti bastante a experiência e ficarei muito feliz se você também ouvir, curtir, comentar e ajudar a espalhar por aí. Segue também a opção de assistir pelo Youtube.
O que achou das indicações de hoje? Já conhecia alguma delas? Quer me indicar alguma leitura, filme, série ou podcast? Vou amar! E se você ouvir a minha entrevista no Cortes dos Livros, me conta o que achou? Você pode deixar um comentário (botão abaixo) ou responder por e-mail.
Também pode curtir ao apertar no coraçãozinho, além de compartilhar com amigos. Para postar qualquer trecho no Instagram, pode fazer um print e me marcar @luisasalasserre pra eu saber.
Nos vemos na próxima edição!
Abraços culturais,
Luisa Sá Lasserre