Participei da minha primeira Feira do Livro. E não, não vou dizer que foi a coisa mais incrível que me aconteceu, mas, sim, valeu… e muito! Na verdade, gostaria de ter aproveitado bem mais, mas eu sou uma mera estreante no mercado e estava em uma semana de férias em São Paulo, com outros compromissos, entre eles, o de levar os meus adolescentes de caras entediadas para conhecer a grande metrópole. Foi tudo bem rápido e senti que não vivenciei tanto a feira quanto gostaria.
A oportunidade de estar com a minha coletânea de crônicas, “Pensei, mas não disse” (ed. Patuá, 2024), na quarta edição de A Feira do Livro de São Paulo, surgiu quando eu já estava com viagem prevista, o que calhou de dar certo. Uni o tal do útil ao agradável, numa semana que reuniu entrevista a um podcast, fala sobre comunicação em um encontro institucional, passeios em família, reencontro com amigos e a feira. Não tenho do que me queixar, foi bem produtivo.
Mas por que não digo que foi a coisa mais incrível, talvez você queira saber. É que, no fim das contas, a minha sessão de autógrafos no festival literário paulistano só deu certo porque tive o apoio de quem já me conhece… o que não é ruim, claro! Mas também não é uma medida de grande sucesso, vamos combinar. Tive a alegria de receber meus pais, meu irmão, um primo e mais alguns amigos e conhecidos. Fiquei por uma hora sentada à mesinha no estande da Patuá, gravei um vídeo para o Instagram da editora, autografei livros e tirei fotos.
Serviu para vender livros? Sim, claro! A editora faz o maior esforço para estar presente nesses eventos, mas dispõe de poucos exemplares por autor (no nosso caso, eram menos de dez), e eu vendi todos disponíveis e mais dois por encomenda. Em compensação, não senti que a feira ajudou meu livro a ser conhecido por novos leitores — não ficou nenhuma cópia para exposição e venda no estande, não teve gente de fora chegando pra conhecer, a mesinha à qual sentei não chamava sequer atenção. Descobri que é assim mesmo que a banda toca.
Para quem não sabe, editora pequena funciona desse jeito: tiragens enxutas, impressões de acordo com a demanda que se apresenta e o empenho maior para se destacar em meio à multidão recai mesmo sobre os escritores. Gostaria de que houvesse um mecanismo mais azeitado para garantir a divulgação dos autores entre o público leitor desses eventos, além de uma melhor distribuição de livros, mas não é o que eu tenho visto.
Inclusive li alguns textos nos últimos dias que mostraram exatamente um pouco dessa realidade de autores em suas mesinhas sem filas para autógrafos. A Fabiane Guimarães, escritora brasiliense publicada pela Alfaguara, contou, em sua newsletter, sobre os eventos literários minguados dos quais já participou e o martírio que ainda sente ao lançar um livro. “Ser escritor no Brasil é estar disposto a lutar por migalhas. Se a pessoa entrar nessa esperando receber números imediatos, corre o risco de morrer de pura decepção”.
O Tiago Germano também falou da sua experiência com sessão de autógrafos vazia e me fez perceber que isso é bem comum, normal, faz parte mesmo do processo de um estreante. E, segundo ele, não ter fila para assinar os livros nesses eventos já é, na verdade, um sucesso, porque, na maioria das vezes, a gente não é nem convidada. Portanto, só de estar lá, já dá pra comemorar.
No fim das contas, descobri que tive uma primeira participação em feira literária bem sucedida, sim! Cumpri meu objetivo, autografei e vendi livros, adicionei o primeiro evento ao currículo de escritora. Já tenho um próximo em vista: a Flipelô, aqui em Salvador, no mês de agosto. E assim a gente vai seguindo, aos bocadinhos, alinhavando o próprio nome nos fios de um mercado editorial que é instável, incerto, mas que está aí também cheio de possibilidades.
E que nunca nos esqueçamos: quem nos conhece e nos apoia em nossos projetos, com presença, divulgação e, ainda por cima, comprando livro, é quem mais importa, no fim das contas. Ganhar leitores desconhecidos é maravilhoso, desejável, mas é com quem tá perto que a gente conta pra espalhar nossas palavras de um a um, por aí.
E pra ficar ligado: também na grande São Paulo, dei entrevista ao podcast Cortes dos Livros, no qual falei um pouco de mim, do meu trabalho e do meu livro. Na próxima news, devo trazer o episódio que está pra ser lançado. Aguarde!
Sobre a edição de hoje, que tal me contar o que achou? Você pode comentar (botão abaixo) ou responder ao e-mail.
Também pode curtir ao apertar no coraçãozinho, além de compartilhar com amigos. Para saber mais do meu livro de crônicas que leva o mesmo nome desta newsletter, confira abaixo.
Nos vemos na próxima edição!
Abraços literários,
Luisa Sá Lasserre
Luisa, que saldo incrível! Parabéns pela publicação do livro, pela hora de autógrafos n’A Feira do Livro e pelos livros vendidos! Obrigada por compartilhar sua visão e experiência e continue caminhando.
Tem espaço para todo mundo e é seguindo o que acreditamos que a gente encontra quem quer caminhar com a gente :)
Luísa, o caminho se faz caminhando! E eu fiquei admirada com a sua paisagem de já ter livro publicado e mesa de autógrafo logo na primeira feira do livro.
Obrigada por compartilhar esse trecho da estrada com a gente, fico feliz por te te encontrado!